Uma notícia causou espanto no início da semana: o mundo viveria uma pequena era do gelo daqui a apenas 15 anos devido à redução na atividade solar. Os cientistas do clima, porém, não compraram a ideia e uma nova polêmica se instalou. Afinal, vai ou não acontecer o tal resfriamento?
Tudo começou com a pesquisa da professora Valentina Zharkova, da Universidade de Northumbria, no Reino Unido. Em um encontro de astronomia no País de Gales, ela apresentou os dados de um modelo de computador – com precisão de 97% até agora -, prevendo uma significativa diminuição na intensidade dos raios solares para o período entre 2030 e 2040.
Na última vez em que ocorreu um “solar mínimo” desses, lá pelos idos de 1700, a Terra enfrentou uma pequena era do gelo, segundo registros da Europa e América do Norte, caracterizada por temperaturas muito abaixo da média e invernos rigorosíssimos.
A controvérsia surgiu, porém, quando cientistas que também acompanham as tendências climáticasnão concordaram com a ideia de Zharkova. “É como se fosse uma gato em um balde cheio d’água”, compara o professor de meteorologia Michael Mann, da Universidade de Pennsylvania State, em entrevista ao The Washington Post. “Seria algo indetectável em meio à trajetória de aquecimento que estamos esperando para as próximas décadas devido ao efeito estufa”.
Zharkova, por outro lado, mantém sua posição e responde que sua intenção nunca foi prever uma nova era do gelo, apenas estudar a atividade solar. “Nós não sabemos o que vai acontecer nesse período e só podemos especular. Porém, minha intuição diz que as temperaturas vão despencar como aconteceu 370 anos atrás”, responde. Quem viver verá.
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